terça-feira, 29 de novembro de 2011

Encanto


Sorrisos que encantam os anjos,
olhares que oferecem lagos azuis.
De águas tão frescas,
de sombras tão tristes.
Apesar de tudo,
teus olhos sorriem!



Ilustração: t0.gstatic

domingo, 27 de novembro de 2011

Enganos


E pensar que,
por vezes,
muitas vezes,
fechamos os olhos
calados, seguros,
ingênuos,
pensando que a noite
sería sem preço,
apenas de sonhos...


ilustração: t0.gstatic

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Vozes


Por que, teimosamente,
minha voz procura
encontrar a tua
em doces e amargas
madrugadas?

Por que a voz tão rouca
não se cala
e deixa passar tua voz,
arredia,
que insiste em me
evitar?



ilustração: t0.gstatic

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Restos


resta esta voz rouca
repetindo palavras gastas
ditas, já, centenas de vezes.
resta este olhar desgastado,
envelhecido, opaco,
que insiste em não ver...
resta este homem cansado,
este sinuoso caminho
e um destino distante demais.

de sonho, nada resta, afinal!



ilustração: t3.gstatic

sábado, 19 de novembro de 2011

Na vida!


Em tempos e noites
de nada,
a vida se corrompe
de vazios
e a solidão consagra
o fim das certezas
e o batismo da
amargura...



ilustração: t0.gstatic

domingo, 13 de novembro de 2011

Segredos


Tantas estrelas gritando
luzes, clareando esta noite
tão quente, vigiando gentes.
Parecem, distantes, silenciosas,
saber segredos,
de cada um de nós...


ilustração: t0.gstatic

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Mia Couto

Mia Couto
Escritor moçambicano.
Do livro "A chuva pasmada"

Ante o frio,
faz com o coração
o contrário do que fazes com o corpo:
despe-o.
Quanto mais nu,
mais ele encontrará
o único agasalho possível
- um outro coração.


Foto: Mia Couto

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Desafios


Desafio chuvas,
temporais.
Reinvento lutas,
vendavais.
Apenas pelo
prazer
de me alimentar
de todos os segredos
da vida!


ilustração: t3.gstatic

domingo, 6 de novembro de 2011

Renovação


As janelas,
de correrem para as laterais,
foram completamente abertas
e o ar da tarde
invadiu o ambiente da casa
e,
embora um tanto quente,
trouxe nova vida ao quarto,
onde estava recluso.

Era como se os dias atuais,
sem serem perfeitos,
afastavam os velhos tempos,
trazendo a renovação
e
todas as novas esperanças...


ilustração: t2.gstatic

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Não cabem no tempo


Não cabem no tempo
todos os verbos que
conjuguei,
nem toda a pressa
que o mundo tem.

Não cabem no tempo
os olhares, assim,
perdidos,
nem as vidas, assim,
vazias...


ilustração: t1.gstatic