terça-feira, 14 de julho de 2009

Como se eu fosse...


Como se eu fosse um condecorado soldado
da guerra pelo que não acredito,
voluntário insone da luta para
preservação do equívoco,
apresento minhas indecentes armas,
feitas para manter os privilégios e
favores.

Como se eu fosse o paladino dos ideais mais conservadores,
implacável defensor dos preceitos mais arcaicos,
participante de retrógradas e secretas sociedades:
morri...

Bendita seja a morte que evita o compromisso
com tudo aquilo em que não se acredita...

Ilustração: n.i.uol

8 comentários:

Serena Flor disse...

Seus poemas são de uma beleza rara meu querido.
Um grande beijo...

DIFERENTE disse...

"Bendita seja a morte que evita o compromisso
com tudo aquilo em que não se acredita..."

Maravilhosamente sublime. Esta expressão vai deixar-me a pensar por longas horas. Obrigado por a partilhares...

ASS: Diferente

Érica disse...

Bendita seja....
Eu penso assim, não acredita não faça, não abrace...
É incrível aqui, sempre que venho é melhor.
Beijos

Anne M. Moor disse...

"Bendita seja a morte que evita o compromisso
com tudo aquilo em que não se acredita..."

Com este final a um poema que arranca a alma da alienação, dizes tudo!!

Cada vez melhor poeta inspirado...

Beijos

Graça Pereira disse...

Mil vezes a morte do que seguir ou viver aquilo em que não se acredita. Tive amigos “desertores” em Moçambique porque não acreditavam numa guerra inglória. Foram marginalizados, hoje dão-lhes razão. Gosto do que escreve, tão em consonância com aquilo que já vivi. Um beijo Graça

Almirante Águia disse...

Muitas verdades nesta poesia, todos devemos ser capazes de dar o braço a torcer e mudar de horizonte, quando nossas lutas não nos enche mais de brio. Morrer aqui, nascer ali.
Abraços

********* disse...

Bendita seja a morte que evita o compromisso
com tudo aquilo em que não se acredita...
ameiiiiiiiii
lindo como sempre
bjos

Unknown disse...

Segue a vida descansado, amigo.Quem somos nós para condenar os outros por aquilo em que acreditam ou somos levados a acreditar.
Seria outro engano atrás de enganos e o mundo já é uma canseira de tanto engano...

A morte não se chora com qualquer um, nem mesmo com todos os familiares, apenas com quem nos conhece bem e faz parte das nossas vidas.

São simples lições de vida, que servem de indicação de caminhos, do que cada um de nós quer nas suas vidas.

Tudo de bom.