Não precisamos de muita coisa
( Soledade Santos)
Não precisamos de muita coisa,
um pouco de sol e as berlengas no
horizonte,
a tarde escorrendo na cafeteria,
os nossos olhos lentos e as vidraças
subitamente acesas no esplendor das
bátegas,
patos selvagens erguendo-se na lagoa
quando sairmos e ao vento frio
oferecermos
a transparência dos lábios cercados
pela melancolia da tarde que se nos finda.
E à noite talvez as mãos
ardidas de saudade e em surdina
uma canção de Ella e Louis Armstrong.
Ilustração: gstatic
5 comentários:
poeta tenha um belo fim de semana bjos!
Essa é das minhas! Que coisa bem boa. As coisas boas da vida são pequenas e tão importantes...
Beijos poeta
Anne
..."A CHUVA VOLTOU
A chuva voltou esta noite
no lamento do vento nos
vidros, nos meus olhos
a chuva voltou.
É tudo quanto soa e sabe
bem ouvi-la ter um pretexto
para o silêncio dizer apenas
ouve como canta nas telhas
e desagua no pó.
Soledade Santos
Bj, poeta!
Ai Rangel, voltei pra suspirar neste poema tão lindamente escrita! Descreve tão bem o prazer de viver em paz! Obrigada por compartilhar.
bjinhos
Rangel, lindo texto.
É disso que precisamos na vida, no dia a dia: coisas simples.
Valéria
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