quinta-feira, 7 de abril de 2016

RENATA CORREIA BOTELHO



Falhamos tudo: entregamos
os livros ao sepulcro
das estantes, ao amor

demos um colo de horas
certas, deixamos de abrir
janelas para cheirar a noite

já nada nos lembra
que o poema só se forma
no fio da navalha.




3 comentários:

Olinda Melo disse...


Perfeita essa imagem de pura rotina, sem lugar para o
imprevisto, para o imprevisível, transformando a vida
numa sequência monótona de horas marcadas.

Abraço

Olinda

Unknown disse...

Às vezes a vida atropela-nos e esquecemos de desfrutar das insignificâncias mais importantes da nossa existência.
Ainda vamos a tempo de abrir as janelas da alma, escancarar-nos à beleza do instante.

abço amg

Alfredo Rangel disse...

Carmem, obrigado por tua presença no almatua e por fazer uma observação mais do que oportuna à grande verdade que a Renata escreveu. Obrigado.