Quando
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
Quando meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar
E como hoje igualmente hão de bailar
As quatro estações à minha porta.
Outros em abril passarão no pomar
Em que tantas vezes passei
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que amei.
Será o mesmo brilho a mesma festa
Será o mesmo jardim à minha porta
E os cabelos doirados da floresta
Como se eu não estivesse morta.
Foto: http://baixaki.ig.com.br
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