Certeza
Despesso-me das alegrias,
tal qual as flores em final de primavera.
Já não me cabe sorrir impunemente.
Já não adormeço com a mesma facilidade
de tempos atrás.
Agitadas têm sido as travessias de minhas noites,
como se em agitados mares estivesse navegando.
E navegando contra um vento forte e frio,
embora estando em pleno verão.
Imenso oceano, cuja travessia tem se tornado
mais e mais longa,
mais e mais lenta,
cansativa como nunca.
Os dias, também longos,
vêm desacompanhados de cores,
como se fossem antigos filmes em preto-e-branco,
com enredos tão horríveis quanto a minha realidade.
Também deles não faz parte
qualquer tipo de música.
Nem poesia, sequer.
Ruído. É o que permanece,
é o que resta.
Será isto uma espécie de ritual de passagem
entre a vida embebida em sonhos
e a nua, assustadora e decepcionante
vida real?
Momento de me identificar com o vácuo,
com a ausência de tudo.
Tempo de me encontrar com o nada
e com ele, me confraternizar, para selar
a indissolúvel parceria que entre nós
está nascendo.
Cada vez mais distante,
melhor sepultar as ilusões
que me fizeram confundir
sobrevida com felicidade,
átimo de tempo com eternidade.
Dá-me tua mão, tédio.
Conta comigo o tempo que resta.
Caminha comigo e com todos os meus fantasmas.
Simula meu passo trôpego.
Caminha sem destino, como eu.
Dá-me tua mão.
Despesso-me das alegrias,
tal qual as flores em final de primavera.
Já não me cabe sorrir impunemente.
Já não adormeço com a mesma facilidade
de tempos atrás.
Agitadas têm sido as travessias de minhas noites,
como se em agitados mares estivesse navegando.
E navegando contra um vento forte e frio,
embora estando em pleno verão.
Imenso oceano, cuja travessia tem se tornado
mais e mais longa,
mais e mais lenta,
cansativa como nunca.
Os dias, também longos,
vêm desacompanhados de cores,
como se fossem antigos filmes em preto-e-branco,
com enredos tão horríveis quanto a minha realidade.
Também deles não faz parte
qualquer tipo de música.
Nem poesia, sequer.
Ruído. É o que permanece,
é o que resta.
Será isto uma espécie de ritual de passagem
entre a vida embebida em sonhos
e a nua, assustadora e decepcionante
vida real?
Momento de me identificar com o vácuo,
com a ausência de tudo.
Tempo de me encontrar com o nada
e com ele, me confraternizar, para selar
a indissolúvel parceria que entre nós
está nascendo.
Cada vez mais distante,
melhor sepultar as ilusões
que me fizeram confundir
sobrevida com felicidade,
átimo de tempo com eternidade.
Dá-me tua mão, tédio.
Conta comigo o tempo que resta.
Caminha comigo e com todos os meus fantasmas.
Simula meu passo trôpego.
Caminha sem destino, como eu.
Dá-me tua mão.
Foto: http://www.crying_angel.blogs.sapo.pt
3 comentários:
Maravilhoso poema! Parabéns pelo espaço belíssimo que está criando aqui, poeta! Grande abraço!
Poeta...
De repente deixamos de ser o que sempre fomos,uma mudança abrupta nos separa dos dias do sem medo, do sem dor...
Dias longos e noites interminávies...
Segura minha mão...
Muito lindo seu poema.
beijo......m
Segura minha mão. aceita o coração meu..guarda-o demansinho, e juntos..seguramos nossas mãos
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