sábado, 24 de março de 2018

SINAIS




A insistência do poema denota

a ausência do sorriso

que,

sorrateiro, escondeu-se...



... eternamente!




quarta-feira, 21 de março de 2018

HILDA HILST



Nós, poetas e amantes
o que sabemos do amor?
Temos espanto na retina
diante da morte e da beleza.
Somos humanos e frágeis
mas antes de tudo, sós.

Somos inimigos.
Inimigos com muralhas
de sombra sobre os ombros.
E sonhamos. Às vezes
damos as mãos àqueles
que estão chorando,
(os que nunca choram por nós)

Ah, meus irmãos e irmãs...
Ai daqueles que nos amam
e que por amor de nós se perdem.
Ah, pudéssemos amar um homem
ou uma mulher ou outra coisa...
Mas diante de nós, o tempo
se consome, desaparece e não para.

Ouvi: que vossos olhos se inundem
de pranto e água de todo o mundo!
Somos humanos e frágeis
mas antes de tudo, sós.



domingo, 18 de março de 2018

SINAIS





a insistência do poema demanda
a ausência do sorriso
que,
sorrateiro, escondeu-se
... eternamente.



quarta-feira, 14 de março de 2018

GISELA RAMOS ROSA




"A poesia tem a rapidez de um animal aflito

irrigado pelo sangue vermelho que o anima.

É fecundo e sutil como uma chama

acesa à beira do rio."



sexta-feira, 9 de março de 2018

QUEM SABE?




Sentei-me confortavelmente,
mas a cabeça parece ferver
em busca da poesia.
Talvez ela surja,
possivelmente não.
Não importa !
A próxima poesia poderá ser
a maior, a melhor, imortal...

Pode até ser a definitiva
ou
simplesmente, a última...




segunda-feira, 5 de março de 2018

FINAL / FORMAL




Quantos caminhos restam?
Cansado de percorrer os já
caminhados,
surgem os sonhos,
delírios... desejos?
Lampejos
de dignidade.
Na planta atual da cidade...
quantos caminhos nos restam?

Cansado de ainda esperar por tudo,
o grito de guerra
jaz,
mudo!

Nada de real, palpável,
ficou...