quinta-feira, 25 de julho de 2013

Sangue e segredo


Que corrida esta vida,
que canalha...
Tão sem sentido, tão apaixonante.
Tão sem sentido, tão formal.
Cerimoniosa.
E estas madrugadas de
silêncios,
constante inquisição.

Tão supérfluas, tão completas.
tão incomuns...
Tão banais!




ilustração: Lampião e a cangaceira Maria Bonita (a não mais bonita delas)

domingo, 21 de julho de 2013

Canção


Descobrem-se, de repente, 
caminhos nunca sonhados
em meio à desorientação.
Achado inspirado em sonhos,
rotas íngremes e duras,
processo de purificação.
Festa de doces e beijos,
finalmente aquela canção...




ilustração: encontrada em catedraldeluz.blogspot




domingo, 14 de julho de 2013


Estava aqui, sozinho, calado,
cansado talvez, quando lembrei
de Juan Gelman, que sempre
diz o que eu gostaria de dizer.
Sempre...

Como agora:



Onde estão minhas muralhas?
Onde a paz de meus mortos
semente disseminada na memória
ou planta que calada cresce?
Está em ti?
Não me conheço.
Como conhecer-te?
Com que nome posso te chamar?
Como se chama na verdade a calhandra?
Silêncio és da palavra.
Quando não falo sou em ti.
Tudo o que me digo é silêncio de ti.
Pássaro que não mais voa,
boi que não mais ara,
fogo que não queima,
sol que não caminha pelo céu.
És abrigo que me desnuda em tuas muitas compaixões?
Me faz tremer de ti.
Em ti.
Cego de claridade.
Animal que pasta em tua paciência.


DAVI





ilustração obtida em blog.cancaonova.com




terça-feira, 9 de julho de 2013

Silêncio, outra vez...


Grita, bem alto,
a estrondosa palavra
"silêncio".

E, removendo minha
alma impura,
me calo.

Solene...




ilustração obtida em olhares.sapo.pt

domingo, 7 de julho de 2013

Adeus


Não sei, nunca soube
avaliar o tamanho da
tua ausência.
Não me acostumar a ela!
Não me sai da garganta
este sabor amargo de
fracasso, de bebida
amarga mal digerida,
de amor mal digerido...

De certo, tem o tamanho
que não quero medir...




ilustração obtida no filosofiaspessoais.blogs.sapo.pt

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Você!


Gosto das tardes assim, serenas,
das madressilvas tão delicadas,
pequenas, e de toda forma de amor.
Gosto dos sorrisos que brotam
de momentos tão simples,
olhares ingênuos, ao 
mesmo tempo cúmplices
Gosto das cruas verdades. 
Das mais duras e doloridas,
manhãs, promessas de vida
e da suportável solidão.
Das idas e vindas, mesmo
que passageiras, retratos pequenos,
amenos, perenes, verdadeiros.

De todas as pequenas coisas
que me lembram você!





ilustração obtida no site mdemulher.abril.com.br