sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Vida comum
Vida comum
Por que, apesar de tudo, esta
ausência de portos,
nem alegres, nem felizes,
nem mesmo velhos,
para acolher estas velas cansadas
deste longo navegar vazio?
Por que, apesar de tudo, esta
ausência de oásis,
sem intervalos de sombra,
para saciar tanta sede,
acalmar
esta garganta ardente?
Por que, apesar de tudo, esta
longa tempestade,
interminável,
este vendaval irresistível,
a mudar, como sempre,
para sempre,
minha geografia?
Ilustração: http://riscos.blogs.sapo.pt/arquivo
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Te peço amor !
Te peço amor !
Teus olhos,
espelhos de uma alma mágica,
sugaram a minha vida
em tempos de paixão.
- e eu só te pedia amor -
Os mesmos olhos voaram,
sempre colados aos meus,
em céus de doces
cumplicidades.
- e eu só te pedia amor -
Como sombra em tarde
tórrida, rigor de verão.
Como água fresca da fonte,
não nos faltava a paixão
dos escolhidos.
- e eu só te pedia amor -
Chuvas fortes, frias,
catastróficas,
desviaram nossas rotas.
Caminhamos, agora,
em cardeais opostas,
arrastados pelo orgulho.
- a quem vou pedir amor? -
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Ponto estratégico
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Teu calor !
Esconderijo
Esconderijo
Onde devo guardar a imensidão
deste oceano profundo?
E os mistérios destes ventos
tão quentes?
Onde ocultar o calor destes
dias de chuva e o brilho
deste teu olhar?
Certamente nas trevas da
noite eterna, nas cavernas
esculpidas no reino da solidão,
ao lado do amor que, tão bem,
escondestes de mim...
domingo, 11 de janeiro de 2009
Isabel Solano
sábado, 10 de janeiro de 2009
Célere vida
Célere vida
E a vida segue célere
sem tristezas que a retenham
nem desvios que a atrasem.
Segue cega, arrastando o que,
sem base, se interponha
entre ela e seu destino.
Segue célere até demais,
dando voltas em meu país.
Caudalosa ou rala,
de acordo com o momento.
Não volta nunca seus olhos.
Não volta nunca pra trás !
Insensatez
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Maus momentos
Maus momentos
E quando os ventos voltam,
frios e fortes,
varrendo as calçadas,
trazendo apreensão
e medo...
Mas passa!
E quando a chuva forte chega,
céu escuro, carrancudo,
relâmpagos e trovões,
trazendo apreensão
e medo...
Mas passa!
E quando a vida avança,
vazia e triste,
irreversível,
trazendo apreensão
e medo...
Sem retorno!
Ilustração: Monet - The house of Parliament
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
Jorge Reis-Sá
Jorge Reis-Sá
(Poeta português)
a cadeira está vazia, um corpo ausente
não aquece a madeira que lhe dá forma
e não ouço o recado que me quisestes dar
nem a tua voz forte que grita meninos
na hora de acordar
ouço o teu abraço, no corredor em Gaia
e os olhos molhados pela inusitada despedida
o sol foge
mas o crepúsculo desenha a sombra que
tenho colada aos pés
ou o espelho, coberto com a tua face
pai, digo-te
a minha sombra és tu
Imagem: http://www.anacarvalho.com/gravura/imagens/interior_...
Procura
Procura
Continuo procurando sonhos tão claros
que as noites me fizeram sonhar,
brancas praias tão quentes onde
o mar, manso e morno, meu corpo
envolveu, aquela fresca brisa, carinhosa,
que enorme calor abrandou.
Continuo em busca daquela chuva,
gelada e esperada pela terra seca,
as sombras amenas que o sol,
inclemente, nunca invadiu, o
sorriso daquela criança, tão pura,
que a vida ainda não corrompeu.
No tempo que resta, teimoso,
crente,
insistente,
ainda procuro...
Foto: http://www.africanidade.com/.../5/deserto.trEs.jpg
Garrafa ao mar
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