sábado, 29 de outubro de 2011
Eu, paisagem...
Ser, desta tarde tão quente,
apenas paisagem...
Quisera!
Sem impedir sua passagem,
sem impedir seu calor.
ilustração: autor - manucardoso
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Tardes e vida
Todas estas tardes vazias.
O café forte e quente,
sorvido sem pressa,
sem culpa.
A caminhada pela mesma avenida.
Vitrines, gente e carros
a serem vistos.
Jornais e revistas, pendurados,
expondo escândalos e violência.
O sol implacável,
olhares cansados,
a sombra a ser desfrutada.
O intenso barulho.
E a noite que chega.
Tomara seja ela
tão vazia quanto aquelas tardes...
ilustração: t0.gstatic
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Lamento
Que adianta lamentar a noite perdida?
Que fazer em noite tão só?
Lembrar-se do tempo de colégio e,
como bom estudante,
aprender a lição...
ilustração: t0.gstatic
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Sóis e luas
Quantos sóis mais terei
de esperar
até que teus olhos se fixem
em mim?
E quantas noites mais,
com ou sem lua,
até que teu coração
também o faça?
Diz que o tempo será breve
e que luas e sóis são
escravos de nossas almas
e que, porisso,
não mais nos farão esperar...
ilustração: t0.gstatic
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
A mais pura verdade
Claras imagens,
sonhos de conquistas.
Montanhas, serras solitárias,
íngremes, distantes.
Vales profundos,
enormes desfiladeiros,
o céu ao alcance das mãos...
Tal qual as mais puras
verdades,
inalcançáveis...
ilustração: t3.gstatic
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Arrependimento
os homens se encheram
de orgulhos,
quase unicamente arrogantes
e entenderam-se donos
das vidas.
e os deuses da virtude
lhes mostraram as
areias de seus caminhos
e os espinhos de suas
almas.
calaram-se, então...
... profundamente
arrependidos!
ilustração: t0.gstatic
sábado, 8 de outubro de 2011
Páginas
Tem os olhos fixos,
desmaiados no horizonte
e já nem fala.
Esvazia-se em lembranças,
em páginas há muito escritas.
Já nem sabe se ainda guarda estas páginas
ou,
se como a vida,
melhor sería rasgá-las...
ilustração: t3.gstatic
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Transparência
Nada o fazia mover-se.
Nem chuva inundante,
nem sol sufocante,
nem congelante noite...
Cumpria o que havia jurado:
sería um morto em vida,
um ser transparente,
um nada, mesmo...
Cansara de nunca ter sido
notado e,
ao contrário de tantos outros,
decidira-se:
nem chuva,
nem sol,
nem gelo...
ilustração: t3.gstatic
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