domingo, 23 de dezembro de 2018

PRISCILA BRANCO



gosto de ler poemas como
quem lambe ferida.
encostar a língua
na dor do outro.
o gosto acre,
doce só no final.
o último verso
sempre de açúcar.








domingo, 16 de dezembro de 2018


INGEBORG   BACHMANN



A  MINHA  SOMBRA


Sob um céu estranho
sombras rosas
sombras
numa terra estranha
entre rosas e sombras
numa água estranha
a minha sombra.






sábado, 8 de dezembro de 2018

MEUS OLHOS...




Nem tudo está perdido,
insiste o perdedor.
O sol está sempre no céu,
não importa o quanto
chova,
não importa que seja noite,
já!

O mundo são meus olhos, que,
acostumados a mentir
sempre me consolam.