quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

CEMITÉRIO DE PIANOS - JOSÉ LUIS PEIXOTO



"Não há nenhuma diferença entre aquilo que acontecer
mesmo e aquilo que fui distorcendo com a imaginação,
repetidamente, repetidamente, ao longo dos anos.
Não há nenhuma diferença entre as imagens baças que
lembro e as palavras cruas, cruéis, que acredito que
lembro, mas que são apenas reflexos construídos
pela culpa. O tempo, conforme um muro, uma torre,
qualquer construção, faz com que deixe de haver
diferenças entre a verdade e a mentira.
O tempo mistura a verdade com a mentira."



Trecho do romance "CEMITÉRIO DE PIANOS" do escritor português  JOSÉ LUÍS PEIXOTO, publicado no Brasil em 2008 pela RECORD, que releio pela terceira vez e que recomendo.




3 comentários:

Maria Eu disse...

O primeiro dos que li dele. Fiquei fã da escrita de José Luís Peixoto, mesmo muitos livros depois.

Boa noite :)

Valéria disse...

Também indico José Luis Peixoto - Cemitério de Pianos"
acredito nisso que está neste trecho...
como a imaginação passa a ser real...
"Não há nenhuma diferença entre aquilo que acontecer
mesmo e aquilo que fui distorcendo com a imaginação,..."
Excelente escolha, poeta, como todas e sempre.
Valéria

Graça Pires disse...

Este poema de José Luís Peixoto é daqueles poemas onde cada um de nós se encontra. Este livro "Cemitério de Pianos" também faz parte da minha estante de poesia. Obrigada pela partilha.
Um beijo.