domingo, 8 de outubro de 2017

VERSOS DO PRISIONEIRO - 2 (MIA COUTO)




Não é de amor que careço.

Sofro apenas
da memória de ter amado.

O que mais me dói,
porém,
é a condenação
de um verbo sem futuro.

Amar!



2 comentários:

Graça Pires disse...

Mia Couto. Gosto muito deste poema. Que bom encontrá-lo aqui.
Ao lê-lo lembrei-me de uma quadra que guardei para mim, mas cuja autoria desconheço. Diz assim:
Verbo amar o mais bonito
de tanto verbo que existe.
Mas só no tempo infinito.
No passado é muito triste.

Uma boa semana, meu Amigo.
Um beijo.

Alfredo Rangel disse...

Linda quadra, Graça. E absolutamente verdadeira... Amar é alimento da alma. Amar é viver. Beijo...