Gostava de te mostrar
o meu labiríntico arvoredo ou
a sinfonia de meus canteiros;
levar-te ligeiro pela mão
numa manhã deslumbrada de sol
-Vês? - aqui a gravidade das camélias,
ali, os pirilampos, infinitos.
Haveria poços e covis de lobos
(portas inteiras de escuridão sonora)
mas também tulipas e girassóis
e rios, entornados em cascatas,
e as folhas leves de doces ventos.
Gostava de te mostrar
o meu jardim de dentro
(pétalas e pássaros, odoríferos, habitando
a nudez cava dos troncos)
Gostava - mas uivam os lobos
- Tu assustas-te.
Um comentário:
É realmente um poema muito belo. Talvez os lobos não assustem quem estiver disposto a conhecer…
Um beijo, meu Amigo.
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