quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Abismos


Será o silêncio o segredo?
A distância, tábua de salvação?
A vida, tão decantadamente preciosa,
flui como todo e qualquer destes
grandes rios, tão poluídos,
tão miseravelmente feios.

E não temos tempo para a vida.

Espécie de covardia assumida,
conhecida e constante,
a calar-nos e a transformar presenças
em abismos.
O silêncio, esculpido em pedras
de tão pouco valor é a herança
a que, merecidamente, temos
direito.



Imagem obtida em denisefigueiredopassos.blogspot.com

3 comentários:

Ateliê Tribo de Judá disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Valéria disse...

Rangel,
belo poema,
triste,
mas um belo poema.
Será?
Será que é sempre assim?
Carinhosamente
Valéria

Graça Pires disse...

Pelo silêncio escorrem, tantas vezes as palavras, como se fossem água... Mas a vida é o único lugar onde é possível viver...
Beijo.