segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Aquela velha casa
Permanece ainda lá a casa
daqueles tempos, com a
pintura daqueles tempos,
descascada, ruça, como o
tempo quis, o portão tão feio,
de madeira tão resistente e
a varanda cansada de tanto
aguardar chegadas.
Diferente apenas pelo vazio
estranho e pelo excesso de
pó que o tempo ali guardou.
Estão lá os corredores, com-
pridos como antes, sinistros
como sempre, desembarcando
silenciosamente em cada velho
cômodo.
Ouvem-se, ainda, se dada a
devida atenção, os gritos,
sorrisos e choros das crianças,
hoje crescidas, que herdaram,
sem ao menos perceberem, a
alma que a casa tinha...
ilustração retirada do blogue imagenscompoemas.blogspot
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9 comentários:
Lembranças, poeta?
Saudades,...
Recordar é viver, ...
Carinhosamente
Valéria
Lembranças, poeta?
Saudades,...
Recordar é viver, ...
Carinhosamente
Valéria
Belas palavras Rangel ... Belo sentimento de saudosismo ... Admiro muito tudo que vivemos e bem guardamos ... Com meu carinho Pedro Pugliese
Seu poema me fez passear com o google maps e retornar ao lugar da minha "velha casa"... que hoje não tem mais nada. Modernizou-se o espaço. Mas na minha mente lendo seu poema, revi a originalidade da mesma em um total lirismo.Parabéns!
[ ] Célia.
Uma vez habitada, uma casa jamais apaga as vozes que ali sussuraram, gritaram, cantaram... Gostei.
Beijos,
Naquela velha casa ficou tudo empreguinado de lembranças boas e ruins!E quem sabe ate um pouco de amor que ainda sobrevive a tudo?
Beijos meu poeta querido!
Impregnadas na casa ficam
memórias, sonhos,
fantasmas
Abraço, Rangel!
Parabéns pelo Blog, lindas poesias, belos versos, estou te seguindo...
Ai.. ai, Senhor Rangel..
Te lendo e as lágrimas descendo soltas pela face, o coração encharcado de saudades da infância, dos meus pais, do convívio com todos os animais que tive e que partiram...
A sensação é de dor, mas é também de ter vivido como devia. Portanto, te agradeço, Senhor.
Beijo carinhoso e um abraço a perder no tempo.
Amar Yasmine
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