terça-feira, 4 de junho de 2013

Em casa


Não conheço os pássaros pousados
naquela árvore.
A árvore, sequer, reconheço. Nem
este caminho um dia vi.
Nunca o trilhei.
Sensação de desamparo, insegurança.
Nunca ouvi teu idioma,
mal consigo perguntar quem és...
O estranho é que estranho sou eu -
não é aqui o meu lugar.
Vagamente lembro de você.
E me lembrar de você é tudo
o que me basta, tudo o que tenho.
Estou em casa...



imagem obtida no blog honoriodemedeiros.blogspot

9 comentários:

Unknown disse...



Suspiro pelo que ontem fui buscar, chorando o tempo já desperdiçado. Pranteio dor que o amor já superara, deplorando o que desapareceu. Mas, poeta, se em ti penso um momento, vão-se as perdas e acaba o sofrimento.
William Shakespeare

Beijo... Maluquinha

Valéria disse...

Rangel,
"O estranho é que estranho sou eu -
não é aqui o meu lugar."
Pq nos sentimos assim?
Acredito sermos todos iguais, mudamos apenas de endereço.
Valéria

Anne M. Moor disse...

Lindíssimo poema e sentimentos de tirar o fôlego!

Bjão
Anne

Neusa Gadelha disse...

nos sentimos assim, em silêcio interno, ainda que a boca não pare de sorrir e falar,representamos, quase sempre, aquilo que os outros querem ver, para o nosso bem, para nossa sobrevivencia!

Sonia Schmorantz disse...

Estar em casa é estar entre as coisas ou sentimento que conhecemos, nossos ou não.Muito bom o poema!

Sol disse...

passa na minha casa..

bjs.Sol

Recomenzar disse...

bello idioma
bello blog

Patrícia Pinna disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Patrícia Pinna disse...

Boa tarde, Rangel. Se a estranheza não te causa dano permanente, tanto que a memória te faz sentir em casa, receba dela o melhor que tem a te oferecer, ainda que o terreno não seja por ti conhecido.
Beijos na alma e paz!