"Mas quero que este canto torto
feito faca
corte a carne de vocês"
PALO SECO - BELCHIOR
Há quem me queira poesia
doce, suave, intocável.
Mas somos todos,
todos, inclusive os intocáveis,
somos todos poesias.
Como o canto torto
como faca nordestina
também corto carnes
firo corações
rasgo falas
furo paredes
decepo sutilezas
despedaço suavidades
penetro doces.
Há quem me queira poesia
outra poesia. não a que sou,
Há quem não me queira poesia.
ilustração: hodarifotoblog.com
4 comentários:
OI ALFREDO!
SOMOS TODOS POESIAS, MUITAS VEZES DOCES, OUTRAS NEM TANTO, MAS SEMPRE POESIAS.
MUITO LINDA, UMA ESCOLHA MARAVILHOSA.
ABRÇS
-http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Rasgar falas é ser poesia. Não a que esperam de nós, mas aquela que o nosso coração reclama...
Um beijo, amigo.
Somos feitos de muitas peças, realmente,
que ora se encaixam bem na doçura e ora
na rebeldia.
Uma forma maravilhosamente
poética de nos definir.
Abraço
Olinda
Rangel,
difícil comentar.
Como sempre excelente escolha.
Toda moeda tem dois lados...
e nem sempre somos poesia doce.
Abraços
Valéria
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