sexta-feira, 27 de maio de 2016

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN




DUAS  POESIAS  DE  SOPHIA  



INSTANTE


Deixa-me limpo
o ar dos quartos
e liso
o branco das paredes.
Deixa-me com as coisas
fundadas no silêncio.

--- ooo ---

EU  CONTAREI


Eu contarei a beleza das estátuas --
seus gestos imóveis ordenados e frios --
e falarei do resto dos navios

sem que ninguém desvende outros segredos
que nos meus braços correm como rios
e enchem de sangue a ponta dos meus dedos.







3 comentários:

Graça Pires disse...

A Sophia que nunca nos cansamos de ler. É ela que nos diz: "a poesia é a minha explicação com o universo, a minha conivência com as coisas, o meu encontro com as vozes e as imagens..."
Foi bom encontrá-la aqui, meu amigo.
Beijos.

Phage disse...

Boa noite! :D
Estava para aqui a pesquisar e a ler alguns blogs numa tentativa de encontrar algo interessante e o seu cantinho chamou-me imensa atenção. Muito bom gosto!
Vou segui-lo e continuar a estar atenta àquilo que vai postando.
Obrigada!

Phage disse...

Não tem nada que agradecer. Eu retribuo por ter ido dar uma vista de olhos ao meu blog!
Tenho uma enorme estima pelo povo brasileiro! Fiz grandes amigos do Brasil na minha Faculdade e, portanto, simpatizo muito por todos vós!
Brasil e Portugal são como irmãos! :)
Abraço!