segunda-feira, 31 de julho de 2017

JOSÉ AGOSTINHO BAPTISTA



SILÊNCIO



Uma noite,
quando o mundo já era muito triste,
veio um pássaro da chuva e entrou
no meu peito,
e aí, como um queixume,
ouviu-se esta voz de dor que já era a tua
voz,
como um metal fino,
uma lâmina no coração dos pássaros.
Agora,
nem o vento move as cortinas desta casa.
O silêncio é como uma pedra imensa,
encostada à garganta.


Um comentário:

Graça Pires disse...

Lindíssimo poema de José Agostinho Baptista, poeta que muito admiro e que faz parte da minha estante de poesia... Foi bom encontrá-lo aqui.
Uma boa semana.
Um beijo, meu Amigo.