INÊS DIAS
Foi amor à primeira vista.
Ela tinha nome e pedra preciosa
e na literalidade dos meus cinco anos,
cabelo em forma de pássaro - negro
asa de corvo.
Era o tempo em que ainda
aprendia com o corpo todo:
uma fratura exposta para entender
o significado de maioria, uma pneumonia
para descobrir a solidão.
Quando ela me cravou um lápis
sob o olho esquerdo, pressenti que a escrita,
grafite fria à flor do sangue,
deixaria marcas para sempre.
Nunca mais nos separamos.
Eu e as palavras,
a Ágata mudou de escola.
Um comentário:
Excelente poema de Inês Dias, autora que não conhecia. Obrigada por partilhar.
Uma boa semana, meu Amigo.
Um beijo.
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