"SE A MORTE FOSSE UMA CASA BRANCA"
Se a morte fosse uma casa branca
e eu tivesse uma palavra breve e obscura.
Se a morte fosse um sono tão leve
que o murmúrio do vento a deixasse enlouquecida.
Se a morte fosse o instante entre o ir e voltar
uma pedra redonda e frágil atirada ao sono
do mundo.
Reunia os meus mortos, falava-lhes da sombra
que habita nas coisas
das malvas rodeando o poço.
Talvez a música do vento nos salgueiros
ou a canção das abelhas ardesse
intacta por dentro das palavras.
3 comentários:
Transformar a morte, que é algo temido por todos nós, numa casa branca e luminosa, onde a natureza cantasse, seria excelente. Um belíssimo poema, repleto de alegria e esperança. Quem sabe um dia, Alfredo?
Uma maravilhosa sexta-feira e um divinal fim de semana.
Beijo com amizade, já antiga!
"Se a morte fosse o instante entre o ir e voltar
uma pedra redonda e frágil atirada ao sono
do mundo."
Maravilhoso poema de Fernando Jorge Fabião. Obrigada, meu Amigo, pela partilha.
Um beijo.
Olá Rangel! Acredito que, em alguns casos, talvez a morte seja bem melhor do que uma casa branca, principalmente, para aqueles que sofrem sobre uma cama. Lindo poema! Ótima escolha!
Fiquei feliz com a tua visita e amável comentário deixado no nosso humilde espaço. Espero que voltes mais vezes, pois será sempre um prazer renovado.
Abraços e uma ótimo final de semana para ti e para os teus.
Furtado
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