domingo, 15 de maio de 2011

Barcos


Como lagos de águas frias, tenho atravessado noites, madrugadas, como quem rema, observa e não chega a nenhum porto. Sina de navegante inculto, certamente, sem preparo para a arte da navegação. E doem-me as mãos, ardem meus olhos. Vazio meu coração. Quero, no entanto, que não me faltem águas a serem percorridas, nem dores que me acompanhem. E não quero. Isto mesmo, não quero que os portos ou as margens surjam. Sina de navegante inculto...


Ilustração: t3.gstatic

9 comentários:

Ana Morais disse...

Que sejam rios plenos, que não te falte as águas que correm em ti, rema o teu barco e vais encontrar o teu mundo...

Um grande abraço, Querido Poeta.

marlene edir severino disse...

Sempre se chega a um porto,
mas
nem sempre é o esperado.

Abraço, Rangel!

Anne M. Moor disse...

O inesperado é uma benção como já sabemos.

bjos
Anne

Valéria disse...

Continue remando, Rangel.
Saberás a hora de parar e descer.
E encontrarás o que procuras...
eu sei!
Valéria

OceanoAzul.Sonhos disse...

As marés por certo trarão ao navegante o que tanto deseja. Por vezes ventos e tempestades escondem porto seguro, mas depois quando o sol brilha, tudo fica mais claro.
abraço
oa.s

Graça Pereira disse...

Segue a luz que vês ao longe e encaminha o teu barco até ela...quanto mais perto estiveres, verás que a manhã já rompeu!
Saudades
GRAÇA

Nina Pilar disse...

Gosto da forma como vc escreve introspectivo, visceral entra no mais profundo abismo de nós...
abraços

Nina Pilar.

Ronilson disse...

Afinal de contas a caminha é o que conta ...

Anônimo disse...

Na vida de um poeta há sempre águas para navegar, as palavras são cais noturnos.