quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Nos jardins


O terreno, extenso, era inclinado.
Descia a partir da casa, suavemente,
em direção à barranca do rio.
Levava na descida todas as lembranças
que, há muito, envelheciam com ele.
Sentia, ainda, o sabor do passado
e as angústias todas vividas naquela casa.
Lembrava dos longos silêncios compartilhados
e dos olhares tão doloridos.

Grande no passado, a casa era, agora,
muito pequena para abrigar tantas memórias.

Porisso passava grande parte das horas
do dia fora de casa, no jardim,
onde, sem olhar nos seus olhos,
ela lhe dissera adeus...



Ilustração: gstatic

11 comentários:

Vivian disse...

...quantas lembranças,
doces ou amargas, jazem
adormecidas nos terrenos
da memória!

felizes dos poetas que
podem desenhá-las com
contornos de poesia!

beijo imenso!

Anne M. Moor disse...

Linnnnnnnnnnnnnnnnnndo, lindo Rangel!! Memórias boas e ruins mas que te trouxeram até aqui para nosso deleite!

beijo grande
Anne

Andreza disse...

menino Rangel...

feliz daquele que tem um jardim para se lembrar...sinal de que viveu com intensidade...bjks doce ♥

Penélope disse...

Pois hoje já é o segundo a falar das lembranças que são abrigadas dentro de cada um...
Bela descrição.

Graça Pires disse...

A memória de um olhar. Quererá que ela se apague?
Um jardim é sempre um lugar de recordações...
Beijos.

Anônimo disse...

O esquecimento e o abandono faz-se necessário. Eu o faço sempre. Mas, o horizonte e o verde dos jardins me traz lembranças de uma vida 'viva'.

Bjs ú&e =**
PS.: Comentário doido, o meu rs rs.

Amor disse...

suas poesias são divinas meu querido deixo-te um beijo!

Chris... ჱ-;-- disse...

Meu amigo...
De início um pouco descritivo, mas que sutilmente vai adentrando os sentidos de encontro a um passado saudoso.
A casa, o coração talvez...
Mas, o que seria de nós, se não fossem as recordações? As saudades? Mesmo não tão boas.
Uma casa vazia... Certamente.

Saudade, essa dor desgarrada, mas ela nos sustenta a certeza de que o passado valeu a pena. Apesar dos pesares...

Rangel, você como sempre arrasando.
Belo poema! Amei!
Adoro tuas escritas.

Bjos no coração!

Chris...

Lu Nogfer disse...

Que lindo,meu querido poeta!

Lembranças sao apenas saudades que o passado nos deixa de presente e que farao presença por muitos dias futuros!

A propósito:
É bom esta de volta aqui em seu presente e ter como presente divino,seus lindos poemas!

Um beijo!

MariaIvone disse...

O adeus ocupa sempre muito espaço. Qualquer casa nos parece pequena perante a imensidão das memórias.

Doce o seu texto,
Beijo

Graça Pereira disse...

As recordações escondem-se por todo o lado e...nos jardins, elas transformam-se em rosas.
Beijo
Graça