domingo, 10 de maio de 2009

Grito

Grito

Desce pelas montanhas
um grito seco, desesperado,
que arrepia todas as almas
até então tranquilas.
Menos a minha!

Todos sentem um nó
na garganta que oprime,
assusta e faz
o sangue congelar nas veias.
Todos, menos eu!

Olhos esbugalhados,
tremendamente apavorados,
revelam o pavor que
cada um sente.
Cada um, menos eu!

Não sinto o nó na garganta.
Meu sangue não congela.
Meus olhos não mostram pavor.
O grito não me apavora.
O grito é meu!

5 comentários:

Sonia Parmigiano disse...

Rangel,

Belíssmo poema, forte, cheio de expressão, que nos leva realmente ao estado que nos encontramos as vezes, com o nosso grito dentro de nós...

Peço permissão para postar no meu Blog.Preciso desse Poema lá comigo.

Abraços carinhosos,

Reggina Moon

Alfredo Rangel disse...

Regina
Será um prazer estar em teu blog.
Vc é muito especial.
beijo

Anônimo disse...

Rangel,

Lindo poema!! Parabéns!!

Ótima semana!! Abraço!

P.s.: obrigada por fazer parte do meu blog... seja muito bem vindo!

Vivian disse...

...há gritos e gritos
ecoando pelo universo
que se cala para ouví-los,
e assim absorvê-los todos.

muitos deles são ruídos
da imperfeição do ser.

outros tantos pedem
tão somente um pouco
de atenção.

e há ainda aqueles
que extravazam o prazer.

gritos portanto, serão
sempre válvulas necessárias
a todos nós, poços de sentimentos.

bj, bj

Anne M. Moor disse...

Rangel,
Esse grito que é teu e que não dá nó na garganta, não congela o teu sangue, nem te apavora, cheira a um grito de imenso prazer! Grito esse que exterioriza momentos ímpares...