sábado, 6 de junho de 2009

Contradição

Sou apenas metade da verdade que
os homens teimam em contar.
Travestidos de anjos, sempre, puros, imaculados,
sorriem distribuindo com invejável facilidade
o infindável estoque de bondades que julgam
terem acumulado.

Mal sabem que minto compulsivamente e
que minhas mentiras destroem completamente
minhas verdades.
Resta da verdade que contam, apenas a parte
deles que, definitivamente, não existe.

Os homens teimam, portanto, não em dizer verdades,
mas em omití-las...

14 comentários:

********* disse...

ah...já menti inúmeras vezes para mim msma, algumas mentiras me machucaram optei pla vrdade, mas a minha vrdad ñ as que me impõem...
amei esse txt
bj:)

Anne M. Moor disse...

As mentiras maiores são as que contamos para nós mesmos...

Anne M. Moor disse...

Contradição entre as verdades e as mentiras. Entre o querer e a vida.

"Resta da verdade que contam, apenas a parte
deles que, definitivamente, não existe."

Olhar-nos no espelho nem sempre reflete a verdade, mas qdo a gente se reconhece, se dá conta desta 'parte' que não existe...

Isso poeta meu é vida!!

Beijos angelicais :-)

Nanda Assis disse...

nossa, que perfeição. finalmente um poema diferenciado e inteligente, ja tava cansada de ler as mesmas coisas nos outros blogs, que bom que te encontrei.


bjosss...

Lu Nogfer disse...

Nada é tudo verdade,nada é tudo mentira...realmente"Somos apenas metade da verdade que
os homens teimam em contar".E poucos sao os que admitem!!!
Belo texto...cheio de verdade!

Beijos verdadeiros!

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

nada a acrescentar . perfeita esta confidência ... mas nunca é tarde para gritarmos nossas verdades...

abraços

;-)

Mirtes disse...

Belo texto....

Quem nunca mentiu, atire a primeira pedra. Mentir sem prejudicar alguem, sem compulsão, isso muitos de nós já fizemos!!! há momentos que a mentira é necessária.

Abraços

Rosemildo Sales Furtado disse...

Olá amigo! Olha, com certeza estiveste no congresso ontem ou passaste pela frente do mesmo hoje.
Somente a corja (políticos)que lá frequenta poderia te dar tanta inspiração. Lá os homens teimam, portanto, não em dizer verdades, mas em omití-las...

Ah! Aguardo tua visita.

Abraços,

Furtado.

Sonia Schmorantz disse...

"Conte a sua história ao vento,
Cante aos mares para os muitos marujos;
cujos olhos são faróis sujos e sem brilho.
Escreva no asfalto com sangue,
Grite bem alto a sua história antes que ela seja varrida na manhã seguinte pelos garis.
Abra seu peito em direção dos canhões,
Suba nos tanques de Pequim,
Derrube os muros de Berlim,
Destrua as catedrais de Paris.
Defenda a sua palavra,
A vida não vale nada se você não
viver uma boa história pra contar."
(Pedro Bial)

Na impossibilidade de entrar em detalhes, como eu gostaria imensamente como todos amigos que tenho, venho trazer um pouco de poesia e desejar que seu domingo, sua nova semana seja de mil cores, que tenhas muitas alegrias!

Um abraço

Sônia

Vivian disse...

...deixo meus desejos
verdadeiros,
de que seu domingo seja
lindo assim como tua
alma de poesia!

bj, poeta!

vc está bem?

Ana Guimarães disse...

Belo e verdadeiro, meu amigo! Lembrou-me Poema em linha reta, de
Fernando Pessoa
(Álvaro de Campos)



Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.


E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.


Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...


Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,


Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?


Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?


Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Bom domingo!

Lú Naíma. disse...

A verdade é relativa, é inalcansável, é uma das grandes utopias da vida.

Toda a verdade tem um pouco de mentira, por isso não acredito na existência de mentiras, mas sim, na permanência das falsas verdades.


Beijo grande*

Rosane Oliveira disse...

Aplausos poeta....
Assumir as nossas fraquezas, os nossos defeitos...é qualidade de poucos...
Muito bom...rs

S* disse...

PIor é quando tentamos enganar o nosso proprio coraçao.

Adorei. :)